Freud, descreveu o complexo de Édipo como um estágio important no desenvolvimento psicossexual das crianças. Originalmente aplicado aos meninos, a versão feminina desse complexo, frequentemente referida como o complexo de Electra, sugere uma problematica psicológica semelhante nas meninas. A rivalidade entre mãe e filha, havendo raízes edípicas, transborda os limites desse complexo, revelando camadas de complexidade. No centro da rivalidade materna, encontra-se a luta pela identidade e autonomia. A filha, em seu processo de amadurecimento, busca formar sua própria identidade, espelhando-se na mãe como modelo. Este espelhamento, paradoxalmente, gera competição, onde a filha se esforça para se diferenciar da mãe enquanto simultaneamente quer sua aprovação. A maternidade intensifica essa problematica. A mãe vivencia sentimentos complexos ao ver sua filha atravessar estágios da vida que ela própria já viveu. Esta vivência ressuscita desejos não realizados, invejas ou mesmo a consciência do envelhecimento. A maternidade da filha torna-se, então, um espelho que reflete não apenas a continuidade geracional, mas da vivência e medos de ser mulher. Em alguns casos, a rivalidade pode ser piorada pela perceção de que há uma competição pela atenção de figuras masculinas significativas na família. Porém, reconhecendo que essa rivalidade não é uma fatalidade. A relação entre mãe e filha, embora marcado por momentos de atrito, também possui um potencial imenso para apoio, compreensão e amor. A superação da rivalidade feminina exige um trabalho consciente das partes. Para a mãe, envolve o reconhecimento e a resolução de seus próprios conflitos não resolvidos e desejos não realizados. Para a filha, o desafio está em construir sua identidade de forma autônoma, sem desvalorizar a figura da mãe, reconhecendo sua própria singularidade e valor. Em última análise, a rivalidade feminina na maternidade, sob a ótica da psicanálise, reflete o desafio de relações: o equilíbrio entre diferenciação e conexão. #psicologia #psicanalise #freud